Atirador norueguês diz que quis mandar sinal claro ao país; polícia reduz número de mortos em ataques
O juiz norueguês Kim Heger decretou nesta segunda-feira (25) a prisão preventiva do atirador Anders Behring Breivik por oito semanas. Durante as primeiras quatro semanas, o acusado ficará em isolamento sem direito a receber cartas, visitas ou jornais.
Minutos depois do anúncio do juiz, a polícia norueguesa revisou o número de vítimas no massacre ocorrido na última sexta-feira (22). De acordo com o novo levantamento, um total de 76 pessoas morreram, somando o ataque à bomba em Oslo com o tiroteio em Utoeya.
Breivik, que admitiu ser o autor do massacre foi formalmente acusado por terrorismo.
Apesar de ter confessado o ataque a bomba, em Oslo, e o tiroteio, em Utoeya, Breivik não admitiu culpa criminal, já que disse que seu objetivo era o de salvar a Noruega e a Europa do "marxismo cultural".
"O objetivo do ataque foi o de dar um sinal claro às pessoas", afirmou Breivik, à Justiça, dizendo também que o Partido Trabalhista traiu o país ao permitir a imigração de muçulmanos e pagou o preço.
Por causa do depoimento de Breivik, a polícia irá investigar se o atirador trabalhou com "duas outras células" na organização dos ataques, conforme o acusado disse à Justiça.
Número de mortos
Segundo o novo levantamento da polícia, em Utoeya, 68 pessoas morreram e não 86, como divulgado anteriormente. No entanto, em Oslo o número de vítimas subiu para oito.
"É uma pequena boa notícia", disse o porta-voz da polícia.
A polícia norueguesa, agora, trabalha para identificar todos os corpos das vítimas, em Utoeya.
"Não dá para trabalhar mais rápido do que já estamo no momento. É muito demorado levantar todas as informações com as famílias", afirmou o porta-voz.
Suspeito comparece à Justiça
Breivik compareceu à corte de Oslo pela primeira vez nesta segunda-feira (25). O acusado chegou em um Volvo preto, diante de uma multidão que se aglomerou na porta do tribunal. Conforme o carro foi tentando entrar no prédio, várias pessoas começaram a gritar "traidor".
Segundo uma testemunha, Breivik estava sentado no banco de trás do veículo. Alguns jovens tentaram balançar o carro e um afirmou à agência Reuters que "todos querem ver o atirador morto".
De acordo com a TV NRK, os jovens revoltados não têm ligação com as vítimas de Utoeya, mas são moradores de Oslo indignados com o massacre. "Ninguém destrói a cidade que nós amamos e sua população", afirmou uma rapaz.
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